terça-feira, 26 de outubro de 2010

Capítulo 14 : Tiros em Laura

Laura estava assustada. Estilhaços de vidro cortaram suas costas e seus braços.



A biblioteca havia se transformado em um campo de batalha.


Onde estaria o atirador? Para onde correr?


-Sei que não se machucou. Pare de brincar a menininha inocente e saia daí.


-Seu idiota! Nem é homem suficiente pra fazer isso cara a cara. - Laura ria do atirador, zombava. Mas seu rosto suado e cheio de lágrimas revelava o medo que sentia.


-Eu até sou. Mas que graça teria acabar com a brincadeira logo agora? É tão bom ver uma mulher correndo por minha causa.


Outro tiro. Dessa vez acertou o vaso de flores na mesa ao lado do computador. O atirador aproveitava o espaço aberto pelo primeiro tiro para acertar toda a biblioteca sem que Laura soubesse de onde estava vindo.


O desespero fez com que Laura começasse a correr para fora da biblioteca. Segurando o celular de Carlos em uma das mãos e a outra se protegendo dos estilhaços de tudo que fosse capaz de explodir naquele lugar.


Ele continuava a atirar.


-Corra pequena lebre. Adoro caçar.


-Cala a boca! Saia! Vou chamar a polícia!


-Não te darei esse tempo. Acha que eu deixarei você entra na biblioteca de novo?


Laura pensou bem. Havia esquecido seu próprio celular na biblioteca. Parou no meio da escada e olhou pra trás. Em um flash de segundo foi atingida no pé esquerdo.


Sua força fora toda embora. Caiu de dor na grande escada de madeira da mansão.


-Não, não, não! Ande Laura, ande!-Laura chorava a si mesma. -Pelo amor de Deus! Não posso ficar aqui.


Escutou mais um tiro. A porta da frente que antes estava trancada acabava de ter as dobradiças arrancadas.


Passos. Leves passos.


O medo de Laura se transformava em angústia ao deduzir que se tratava de alguém conhecido.


O atirador se virava para a escada, desvendando seu rosto à Laura, que não conseguia andar nem pelo tiro nem pelo impacto de saber quem era. Seus olhos choravam um desespero pelo reconhecimento e pelo medo de tudo aquilo.


-Eu não acredito que todo esse tempo... Todas essas mortes. Você?


-Desculpe a surpresa. –disse.


Laura só conseguiu ouvir um estampido.


Tudo se apagou.


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