quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Capítulo 12 : Um passo adiante

  -Mas nós vamos nos limitar a não fazer nada?- Marcos estava indignado.
  -Não sei cara. Mas a coisa está séria. Não sei o que podemos fazer, porque não sei quem está me ligando. Quem quer que seja esse filho da mãe sabe meus passos.
  -Mas não poderia ser o avô de vocês, né? Ele está na mesa de cirurgia.
  -Lau, Nem quero pensar se ele está envolvido. Mas pra falar a verdade ele não está mais me assustando. Estou mais preocupado exatamente com a cirurgia do meu avô.
  -É melhor a gente acionar a polícia, e os bombeiros já que explodiu o caminhão.
  -Marcos, a polícia está envolvida em algo que a gente não sabe e tudo que meu pai podia colocar alarme de incêndio junto com a brigada de bombeiros do bairro, ele colocava. Morria de medo de fogo. Eu que não quero que a polícia saiba que eu estou envolvido com mais mortes.
  -Espera, Marcos. De que você disse que o tio morria de medo mesmo?
  -De fogo.
  -Lembra que ele tinha marcas de queimaduras e ninguém nem tocou no assunto depois?
  O rosto de Ivan mudou. Pela primeira vez, algo naquela misteriosa morte de seu pai começava a dar algum rumo.
  A pessoa que o matou sabia de seus medos, sabia seu telefone, sabia que os três estavam buscando respostas e estavam chegando perto.
  Ivan estava pálido.
  Pensava que só queria a mãe dele para dar um abraço e dizer que estaria tudo bem.
  -Ivan. Fala alguma coisa. –Laura nunca havia visto o rosto de Ivan tão vago.
  -Vamos abrir a mochila do professor Carlos. Marcos, pega a agenda. Acho que vamos dar uma ligada pra nossos amigos policiais da divisão de homicídios.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Capítulo 11 : Telefonema

  Os três entraram no carro de Laura, com Marcos dirigindo. Ivan ligou para a avó e perguntou o estado de seu avô.
  -Ivan, estamos indo para o hospital. O médico de seu avô acha que seria bom se ele passasse por uma angioplastia para desobstruir a veia que está com gordura. A cirurgia vai demorar, mas ele está em boas mãos. Diga ao Marcos que estou com a mãe dele aqui, não precisa vir aqui agora, quando a cirurgia acabar eu te aviso.
  Ivan desligou o celular, pediu para que Marcos parasse o carro e chorou. O desespero bateu em sua cabeça. E se o avô dele morresse? Quantas mortes uma pessoa é capaz de superar em uma semana?
  Quem havia sido o assassino de seu pai e de Carlos? Seu avô estaria envolvido ou preocupado?
  Por que isso em tão pouco tempo?
  -Ivan, calma. Você pode chorar tudo o que tem pra ser chorado nesse momento, mas você precisa se acalmar. –Laura passava as mãos nos cabelos de Ivan, que estava com a cabeça abaixada.
  -Eu estou calmo. Só estou com raiva de tudo isso. Vamos para a mansão. Vou acabar com essa desconfiança do meu avô, seja confirmando a culpa ou livrando a cara dele de vez.
  Marcos ligou o carro e foi em direção à mansão.
  Estava completamente vazia. O alvo deles era inicialmente a biblioteca, onde Ivan pode mostrar aos três o lenço na doma. As letras F.E.C. pareciam querer mostrar algo a eles que eles não conseguiam ver.
  Entraram em vários arquivos no computador da biblioteca e descobriram pesquisas do pai de Ivan sobre religiões e seitas de todo o mundo.
  O celular de Ivan tocou, recebendo uma ligação de um número privado.
  -Alô
  -Oi, Ivan. Saudades dos seus seguranças?
  -Quem está falando? Como sabe deles?
  -Acho que eles não vão mais perturbar. Você poderá tentar achar alguma pista sem eles para atrapalhar.
  -Quem está falando? Onde estão eles?
  -Basta olhar as câmeras do circuito de transportes de combustível do seu pai.
  Ivan rapidamente abriu o circuito das câmeras. Um dos caminhões de gasolina havia explodido. Porém, nenhum caminhão era deixado no estacionamento com combustível dentro.
  -E-eles não poderiam estar ali dentro, certo?
  -Poderiam e estavam, caro. Agora saia imediatamente do meu caminho, antes que eu também acabe contigo.
  Ligação terminada. Laura e Marcos perplexos diante da explosão do caminhão e da expressão de Ivan.
  -Ivan? Quem estava no caminhão? E no telefone? –perguntou Laura, com medo de falar.
  -Os seguranças. O assassino do meu pai. Ele tem meu número, ele sabe que estamos aqui. Ele sabe que estamos procurando pistas. - Ivan estava chocado, sentado, olhando para a imagem avermelhada do caminhão coberto por chamas e o telefone na mão.-Teremos que ter mais cuidado daqui pra frente.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Capítulo 10 : Igreja

-Meu Deus! Será que seria alguma seita, clã, ou sociedade secreta?



-Não viaja Laura. -Marcos pegava da mão de Ivan o anel.- Poderia ser um aviso. Tio Mauro poderia ter recebido o lenço, achando que era um presente de alguém. O professor Carlos também.


-Olha Marcos. Faria mais sentido se o excêntrico do papai tivesse recebido o anel e o professor ter recebido o lenço, que ao contrário. Então não seria aviso, acho.


-Gente, estou fedendo à sangue.


-Desculpa Lau. Está aqui o shampoo.


-Obrigada. Preciso de um banho frio e depois a igreja. –Dizendo isso, voltou para o banheiro de Ivan.


-A Laura é mais fria do que pensei. Nem parece abalada com a morte do professor.


-Só acho que ela seja forte, Marcos. Nós somos dois fracotes ao lado dela. Vamos vasculhar essa mochila. Devemos encontrar algo mais claro pra gente.


Infelizmente, havia muita coisa, mas nada que ajudasse o trio naquele momento. Resolveram guardar a mochila e só abri-la quando suas cabeças estivessem mais frias. Tres mortes em pouco tempo, sendo que duas da mesma pessoa. Eles eram apenas jovens e suas vidas estavam de pernas para o ar em dois dias.


Ivan foi à janela e notou que realmente os seguranças pareciam não estar lá. O deixou com medo, mas se sentiu mais seguro sem eles.


Um carro da polícia chegava perto do carro batido de Carlos.


Daqui pra frente nada disso era com eles. Se a polícia sabia que ele não estava morto, acabariam o enterrando como indigente e tudo estaria encoberto pelo governo, junto com muitas outras coisas.


Laura saiu do banheiro com sua calça e uma blusa do Chelsea.


-Vamos à igreja? Mais do que nunca, acho que deveríamos. Depois podemos almoçar, né?


-Ok, vamos no seu carro, mas eu vou dirigindo.-Ivan sabia que por mais calma que Laura aparentasse, ela estava atordoada.


A igreja era no Leblon, onde era o flat de Ivan. Tanto ele quanto Marcos não entravam muito em igrejas, mas se sentaram no meio dela e esperaram Laura se confessar com o padre.


-Acha que ela vai contar tudo?- cochichou Marcos com Ivan.


-Acredito que não, mas ela quer se confessar mesmo assim. Acredito que se sentirá melhor.


-Se eu soubesse que isso ia demorar tanto, traria meu laptop, igual aquele garoto ali. –Desse apontando discretamente para um rapaz de não mais de dezenove anos que estava de touca , óculos escuros e seu laptop no colo e com fones de ouvido.


-Coitado, deve estar esperando a mãe. –disse Ivan, rindo do garoto.


-Um nerd não deve ter algo melhor pra fazer em uma sexta a não ser acompanhar os passeios da mãe. Quase que você vira um, né? Se não fosse por mim.


-Fala baixo, Marcos! Estamos na igreja! E não tem nada de mal o garoto ser nerd! Você que gosta de implicar com todo mundo!- E mudando o tom de voz, ele continuou. –Sabe, se a polícia estava acobertando a morte do professor, quem me garante que se papai foi morto pela mesma pessoa, eles não estejam acobertando também? Papai pode estar vivo!


-Ivan, você viu o tio Mauro morto. Foi diferente da falsa morte do Carlos!


-Pois é... Mas eu me intrigo de uma coisa: ele tinha queimaduras. E ninguém me explicou nada disso. Ficou no ar, sabe?


-Nem na polícia podemos confiar, enh! Hum, a Laura tá saindo.


Laura saiu do confessionário e abriu um sorriso. Não para os dois, mas para o nerd do outro banco que retribuiu o sorriso e a abraçou.


-Estava esperando para se confessas também? -perguntou Laura.


-Sim. Não sabia que era você quem estava lá. -respondeu o rapaz-Você fica bem de azul.


-Ah, essa blusa não é minha, é de um amigo. A minha sujou. Bem, te vejo por aí. Se encontrar apenas na igreja não faz de nós santos. –Riram juntos e se abraçaram. O rapaz foi ao confessionário. Voltando-se para os meninos, Laura disse: - Vamos? Estou melhor agora.


-Acho que vou virar nerd.


-Meu celular está tocando, vamos saindo que eu atendo ali fora. Alô, oi vó. O quê? Estou indo aí agora!- O tom da voz de Ivan fez Marcos se preocupar:


-O que houve?


-Vamos pra mansão agora, meu avô teve um princípio de infarto.