quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Capítulo 17 :Você vai ser morta lentamente

Não demorou muito para que o pessoal da divisão de homicídios chegasse ao local.



Tudo foi examinado, medido, colhido, analisado. Ivan já assistira a tudo aquilo antes.


Porem, uma cena o intrigava dessa vez. Sandra não estava ao lado do pessoal da divisão, estava ao lado de homens de terno que traziam um grosso caderno e faziam anotações conforme ela ditava fatos.


-Ivan, você pode vir aqui? –Ela perguntou notando que Ivan estava olhando fixamente para eles.


-Sim?


-Esse é meu antigo pessoal. Eles continuaram comigo na investigação paralela da sociedade. Estamos juntando alguns fatos e descobrimos que esses nomes grifados no caderno são das pessoas envolvidas no nosso caso.


-Então? Acho que estão fazendo um bom trabalho. Qual o próximo passo agora?


-Chegar ao seu avô. Precisamos saber por que as pessoas da sociedade estão morrendo e precisamos prender esse médico que ainda deve estar desviando dinheiro.


-Meu avô está em um hospital. Só amanhã pra falar com ele. Não sei se minha avó sabe de algo, já que são tantos anos juntos. Te passo o endereço de lá.


Policiais, pessoas que investigam sociedades, sangue. Ivan estava tonto. Em parte a falta de comida já que já estava de noite e ele mal tinha tomado café.


Se fosse uma sexta feira comum, certamente ele estaria no flat tomando cervejas com Ivan e Laura fazendo hora para ir ao Baixo Gávea ou Lapa.


Marcos... Onde estaria ele em um momento desses que não estava nem ao lado do avô e nem ali, com Laura. E essa então? Não tinha nada a ver com o assunto e poderia estar morta nesse momento.


‘Não, não está!’- Ivan balançava a cabeça. Mais uma morte? Como assim? O que está havendo?


Ivan olhou para o céu e viu a primeira estrela brilhando firmemente.


Estrela essa que Laura também estava olhando. Foi a primeira coisa que ela pode ver depois de ter sido desencapuzada. Sua boca estava amordaçada e seus braços amarrados abertos em uma mesa. Não conseguia mexer a cabeça porque um torno de bancada estava a imobilizando.


-Meu benzinho, não se mexa. Não quero ter que apertar mais o torno. –Seu sequestrador passava as mãos nos cabelos de Laura. –Não vai me dizer que não ficou feliz em me ver? Não seria legal se eu fosse um verme desconhecido. Poderia estar te estuprando agora. –Suas mãos passavam pelo corpo de Laura como quem faz carinho.


Laura tentava gritar. Suas lágrimas não paravam de sair.


-Shhhhh. Silêncio. Não curto fazer isso. Ainda mais com você que é tão querida! Eu prefiro fazer pequenos cortes e ver seu sangue colocando cor em seu corpo. Essa blusa do Chelsea é muito grande pra você. Vamos cortá-la. –O seqüestrador foi lentamente passando uma faca da gola da blusa até a ponta, fazendo-a abrir e expor a semi-nudez de Laura. –Que tal se eu fizesse um crucifixo bem aqui? – A faca penetrava no abdômen de Laura e lentamente seu sequestrador ia fazendo o desenho.


Laura chorava e tentava se debater.


-Porque você acha que esse torno está em sua cabeça? –E foi apertando mais até Laura parar. –Saiba que eu tenho força para apertar até estourar seu crânio. Não apresse as coisas. Você vai ser morta lentamente.


Capítulo 16 : Onde está Marcos?

-Está tudo certo agora. É só esperar o efeito do anestésico passar e medicá-lo com os remédios corretos. –Disse o cardiologista à avó de Ivan.



-Bom, menos uma coisa pra nos preocupar. O importante é manter a nossa família unida todo o tempo. Obrigada doutor. –E virando-se para a mãe de Marcos, disse: - E Marquinhos? Onde está?


-Ai, a senhora não conhece aquele moleque? O telefone tocou e ele logo sumiu! Nem me disse pra onde ia.


-Talvez isso de sumir seja de família. Não vamos nos preocupar, não é?


Na mansão, Ivan chorava. Queria uma saber o que tinha acontecido por lá, mas não conseguia. –Tenho que achar algo! Tenho que achar algo!-Se levantou do chão e correu para a biblioteca. A delegada correu atrás do garoto insensato.


-Moleque! Não coloque a mão em nada, ou vai estragar tudo!-Sandra estava com sua 38 em mãos na direção de Ivan. –pare imediatamente onde está e acalme-se.


-Como que eu vou me acalmar com você me apontando uma arma. -Disse entre os dentes. –Acha mesmo que depois de ver meu pai morto, ver meu professor morto, ver supostamente meus seguranças morrerem e ver o sangue da minha amiga nesse chão eu vou me importar com uma merda de arma pra mim? Não me peça calma!–Agora gritava.


-Se você colocar a mão em algo que eu não esteja vendo, vai alterar a cena do crime. Não seja criança. –Disse abaixando a arma.


-Ela estava vendo a mochila do professor Carlos. Não sei se encontrou algo. –Disse entrando na biblioteca e pegando a mochila do chão.


-Que caixa é essa?


-É um anel. Tem uma inscrição nele que eu encontrei em uma coroa de flores na cova do professor e em um lenço do meu pai.


-Meu Deus! Tudo se encaixa! O médico tinha um anel assim e o maluco do meu chefe da Federal tinha um broche.


-Então realmente estão envolvidos em algum tipo de sociedade?


-Desculpe Ivan. Mas sim, estão. Ao pé que estava minhas investigações, ela é uma sociedade antiga que foi formada em universidade nos Estados Unidos. Foi uma forma de dar continuidade à sociedade Skull and Bones e outras seniors de Yale.


-Me-meu avô se formou em Yale.


-Sabe se ele guarda recordações ou anotações em algum lugar?


-Tem algumas fotos naquela estante e uma ampliada aí na parede.


-Ivan. Você já prestou atenção nesse quadro? Estão todos com o anel de caveira e tem a bandeira F.E.C. atrás.


-Sério? –Ivan estava pasmo. Esfregou as lágrimas e deu uma boa olhada em uma pista que sempre esteve na cara dele. –Acho que só as mulheres perceberiam isso. Sempre olhei mais para a farda deles.


-Será que sua amiga viu isso?


-Não sei. Tome, este caderno tem uns números grifados. Era do professor, não sei se ajudaria.


-Talvez sim. Vou ligar para meu pessoal da delegacia. Temos que investigar o sumiço de sua amiga. Tente avisar aos pais dela.


Aos pais dela... Como avisar isso? Ivan achou melhor deixar pra depois.


O celular toca.


-Oi vó. O que? Não sei onde Marcos está. Ele saiu daí tem tempo? Está bem. Qualquer coisa aviso. Tchau.


-Marcos. O primo esquentadinho e brincalhão. Não gosto de pessoas bipolares. Tem sempre tendência a fazer algo errado na vida.


-O que você quer dizer com isso, delegada?


-Por acaso seu primo sabia atirar?